Alimentação do Futuro: Como as PANC podem transformar nossa dieta e o meio ambiente
Em um mundo onde a biodiversidade está constantemente ameaçada e a segurança alimentar se torna uma preocupação crescente, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) emergem como uma alternativa promissora e sustentável.
Estas plantas, muitas vezes subestimadas e esquecidas, possuem um potencial nutricional e gastronômico que pode transformar a forma como nos alimentamos e interagimos com o meio ambiente.
O que são PANC?
As PANC são espécies vegetais comestíveis que, apesar de serem nutricionalmente ricas e acessíveis, não são amplamente cultivadas ou consumidas. Elas incluem plantas que crescem espontaneamente em diferentes ambientes, como hortas, jardins, florestas e até terrenos baldios.
Benefícios das PANC
Diversidade Nutricional: Muitas PANC possuem altos teores de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes. Por exemplo, a ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) é rica em proteínas e ferro, sendo uma excelente alternativa para dietas vegetarianas e veganas.
Sustentabilidade: Por crescerem de forma espontânea e adaptada aos ecossistemas locais, as PANC requerem menos recursos hídricos e são mais resistentes a pragas e doenças. Isso reduz a necessidade de agrotóxicos e fertilizantes químicos, tornando seu cultivo mais sustentável.
Valorização Cultural: O resgate e a valorização das PANC promovem o reconhecimento e a preservação de conhecimentos tradicionais e práticas agrícolas ancestrais. Muitas dessas plantas são utilizadas por comunidades indígenas e rurais há séculos.
Segurança Alimentar: A incorporação de PANC na dieta pode diversificar e aumentar a disponibilidade de alimentos nutritivos, especialmente em regiões onde a insegurança alimentar é um problema.
Nutrição: Muitas PANC possuem um perfil nutricional superior ao de plantas cultivadas convencionalmente. Elas oferecem uma abundância de vitaminas, minerais, antioxidantes e proteínas, contribuindo para a melhoria da saúde pública.
Alguns exemplos de PANC
Ora-pro-nóbis: Conhecida como “carne dos pobres” devido ao seu alto teor proteico, é uma trepadeira que pode ser utilizada em saladas, refogados e sopas.
Taioba: Suas folhas são ricas em vitaminas A e C, cálcio e ferro. Muito apreciada na culinária mineira, pode ser consumida refogada ou em sopas.
Bertalha: Usada em saladas e pratos quentes, é rica em vitamina A, ferro e cálcio.
Peixinho-da-horta: Suas folhas, quando fritas, lembram o sabor de peixe, sendo uma opção interessante e nutritiva para substituição de carnes.
Caruru: Considerada uma PANC comestível e medicinal, é rica em proteínas, vitaminas e minerais.
Como incorporar PANC na alimentação
Para incorporar as PANC na dieta, é crucial educar-se sobre essas plantas, identificá-las corretamente e aprender modos de preparo apropriados. Guias especializados, livros e a consulta com botânicos e nutricionistas podem ser de grande ajuda. Além disso, mercados locais e feiras de produtores são bons lugares para encontrar PANC frescas e obter dicas de preparo.
As Plantas Alimentícias Não Convencionais representam uma oportunidade única de redescoberta e valorização da nossa biodiversidade alimentar. Ao incorporar PANC na nossa dieta, não só enriquecemos a nossa alimentação, mas também contribuímos para a sustentabilidade ambiental e a preservação do conhecimento tradicional. É hora de abrir espaço para essas plantas na nossa mesa e no nosso futuro.
PANC – Futuro na Mesa
O Sesc MS, por meio do Sesc Mais, em parceria com o Recanto das Ervas, irá desenvolver o projeto “PANC – Futuro na Mesa”, com a proposta de incentivar a inserção das plantas alimentícias não convencionais (PANC) e frutos do cerrado na alimentação diária de escolas e instituições sociais.
“Esse novo projeto irá complementar o trabalho social e sustentável que já vem sendo realizado há muitos anos pelo Sesc Mesa Brasil com o aproveitamento integral dos alimentos, que visa promover a segurança alimentar e nutricional, combatendo, desta forma, a fome e o desperdício de alimentos”, explica a diretora regional do Sesc MS, Regina Ferro.
Além disso, o projeto pretende fortalecer a autonomia alimentar das famílias e a economia circular, promovendo uma alimentação saudável e sustentável.